quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Modelagem de negócio: a lógica estratégica para o alto crescimento



Modelagem de negócio: a lógica estratégica para o alto crescimento

Por Luis Augusto Lobão Mendes, professor da FDC
 
O que separa uma empresa de alto crescimento das demais é o jeito com que seus executivos encaram sua maneira de conduzir o negócio. A maioria das empresas faz de tudo para alcançar e ultrapassar seus rivais, adotando práticas de benchmarking e monitorando os movimentos da concorrência. O resultado é que suas estratégias tendem a ser semelhantes. É o que denominamos convergência estratégica: todos competem com os mesmos atributos de valor e estruturam seus negócios no mesmo formato. Desta forma, perdendo sua vantagem competitiva pela similaridade da oferta e operação, falta singularidade e diferenciação.

Existem três coisas que uma empresa tem que entender muito bem se quiser competir com vantagem sobre seus concorrentes: 1) seu modelo de negócio; 2) a estratégia de negócio para desenvolver este modelo; 3) a execução da estratégia para colocá-la em prática. A parte 1 é “o que fazemos e por que”. A parte 2 é “como, quando, onde, por quem e para quem vai ser feito”. A parte 3 é realmente fazer aquilo que foi decidido.

Modelo de negócio é a forma pela qual uma empresa cria valor para todos os seus principais públicos de interesse. Em um nível mais abstrato, um modelo de negócio é uma série de elementos e suas inter-relações.

Um bom modelo de negócio responde a algumas perguntas: “Quem é o cliente?” e “O que é valor para o cliente?”. Também responde a questões fundamentais que qualquer gestor deve se perguntar: “Como nós fazemos dinheiro nesse negócio?” e “Como nós podemos oferecer valor para o cliente com um preço apropriado?”. Em síntese, é um método científico: você começa com uma hipótese, testa na realidade e revisa se necessário. É importante ressaltarmos que modelo de negócio não é a mesma coisa que estratégia de negócio – e muita gente confunde seus conceitos. Modelo de negócio mostra o sistema da empresa: como as peças do quebra-cabeça se unem.

Ele é formado por quatro elementos, que devem ser trabalhos com a equipe executiva de forma contínua: proposta de valor, interface com o consumidor/cliente, modelo de operação e modelo econômico. Estes elementos devem ser muito bem encaixados:

Proposta de Valor: é a forma pela qual a empresa define qual é o seu diferencial no mercado, como se torna única e se destaca de todas as demais concorrentes. Ela deve ter atributos relacionados às necessidades do cliente/consumidor.

Interface com o Consumidor: Esse elemento descreve onde, quando e como uma empresa interage com os seus consumidores. Essa interação pode se dar por meio do seu canal de distribuição e seu modelo de criar e manter o relacionamento.

Modelo de Operação: É como uma empresa faz para projetar e produzir o seu produto e/ou serviço. Deve prever todas as etapas necessárias para viabilizar sua produção, passando por logística, incluindo competências e modelo de gestão.

Modelo Econômico: É como se demonstra a viabilidade financeira de uma empresa. Ele mostra como se ganha recursos e como se pagam as despesas, a fim de atingir a sustentabilidade.

É cada vez mais indispensável ser capaz de questionar e melhorar seu modelo de negócios dentro da atual conjuntura global e altamente competitiva dos negócios, mesmo em setores tradicionais e já estabelecidos. Em tempos passados, cada setor se caracterizava por um modelo de negócios único e dominante. Em tal conjuntura, a vantagem competitiva era obtida principalmente por meio de uma execução melhor, de processos mais eficientes, organizações enxutas e inovação de produtos.

Embora óbvio que a execução e a inovação de produtos ainda sejam importantes, hoje em dia, elas não são mais suficientes.
 
 
 

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