quinta-feira, 6 de setembro de 2018

OKR OBJETIVES AND KEY RESULTS

OKR: o que é e como a metodologia pode ajudar sua empresa a ter mais resultados

O método ganhou a fama por ter suportado o crescimento do Google - a empresa foi de cerca de 40 pessoas em 1999 para mais de 60 mil atualmente, mostrando que pode ser utilizado tanto por pequenas empresas como por grandes corporações
OKR (Objectives and Key Results) é uma metodologia de gestão muito utilizada por empresas no vale do Silício. De modo simplificado, pode se dizer que é uma fórmula para definir metas sendo como “Eu vou” (Objetivo) “medido por” (conjunto de resultados-chave).

Não é de hoje que planejamento e execução das estratégias empresariais são alguns dos principais desafios das organizações. Em um contexto de globalização e com um cenário extremamente competitivo no qual as empresas estão inseridas, ter uma estratégia bem consolidada é fundamental para o funcionamento da organização.
Apesar disso, muitas empresas ainda não dão a importância e atenção necessária para o assunto por acreditarem que estratégia empresarial se limita a gerar lucro.
Colocando no contexto de PMEs (Pequenas e Médias Empresas), a falta de gestão estratégica é um dos principais motivos de falência das empresas, segundo o SEBRAE.
Apesar de pouco comum, por um curto período algumas empresas conseguem atingir sucesso sem, no entanto, terem um modelo formal de metodologia de gestão. Isso ocorre pois, em alguns casos, a estratégia está bem delimitada nas cabeças dos fundadores da empresa. Soma-se a isso, também, a comunicação direta dos que trabalham e de um time mais enxuto, que facilita o alinhamento dos funcionários na cultura e estratégia da empresa.
Afunilando este cenário para a área de marketing, também encontramos muitas empresas não sendo capazes de priorizar as ações de marketing com base nos resultados que elas podem gerar e não tendo objetivos claros para conseguir medir o sucesso da estratégia.
Esse artigo abordará sobre a importância de uma metodologia de gestão efetiva, o motivo pelas quais as metodologias tradicionais não funcionam mais, qual o papel dos OKRs dentro de uma operação de marketing e como implementá-lo em sua empresa.


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A importância de uma metodologia de gestão

O aumento do time e o crescimento da empresa começam a gerar certos desafios para os gestores, principalmente nos quesitos de comunicação e externalização da estratégia da empresa.
De fato, um estudo realizado pela Leadership IQ com 400 empresas revelou que apenas 15% dos funcionários acreditam que suas atividades contribuem diretamente com os objetivos da empresa.
Para o crescimento sustentável de uma organização, é fundamental que todos os colaboradores saibam responder algumas questões como:
  1. Quais são as prioridades da empresa hoje?
  2. O que eu estou fazendo para atingir os objetivos da organização?
Por muitos anos surgiram inúmeras metodologias com o propósito de resolver esse problema.
Nos anos 50, Peter Drucker, já dizia: “O que não se pode medir, não dá para gerenciar”, e desenvolvia metodologias como o APO (Administração por objetivos) e teorias de como ter um bom gerenciamento e performance da organização.
Já no final dos anos 80, os professores de Harvard, Robert Kaplan e David Norton, criaram o BSC (Balanced Score Card) que consiste em uma ferramenta com o propósito de mostrar de forma clara os objetivos da empresa divididos em 4 principais perspectivas: Financeiro, Clientes, Processo Internos e Aprendizado e Desenvolvimento.
No Brasil, também tivemos grandes estudiosos no assunto como Vicente Falconi trazendo o conceito de Gerenciamento pelas diretrizes.
Tendo cada teoria a sua particularidade, o que todas elas têm em comum é tentar trazer, de forma visual, as suas métricas para que seja possível monitorá-las com o objetivo de melhorar de forma eficiente a performance da companhia.

Por que as metodologias tradicionais não funcionam

As metodologias tradicionais funcionaram muito bem durante um certo período e, ainda hoje, são muito utilizadas em ramos específicos da indústria. Apesar de parecerem soluções simples e eficientes, há uma alta complexidade na implementação que pode acarretar um prejuízo no seu sucesso.
Os métodos tradicionais acabam dificultando a compreensão de todos os colaboradores sobre as prioridades da empresa, uma vez que são extremamente sistemáticos, possuindo uma alta rigidez em sua implementação e execução.
Além de ser um fator de desalinhamento, essa falta de entendimento pode ser  o grande causador de desengajamento e falta de produtividade dentro da organização, segundo a Gallup, resultando em metas não alcançadas e na estagnação do crescimento da empresa.
Como forma de exemplificação, ao buscar no Google Imagens por “Balance Score Card”, obtemos a imagem do mapa estratégico apresentado abaixo, que mostra o quanto esses métodos não indicam de forma simples os objetivos estratégicos da empresa e como eles se desdobram nas áreas em curto, médio e longo prazo.
No contexto de empresas que crescem rápido, como a Resultados Digitais, a evolução de processos e prioridades é tão grande que se faz necessário ter métodos feitos para empresas ágeis. Realizar planejamentos estratégicos definindo as métricas do ano é impraticável dada a velocidade com que as condições do mercado se alteram e a rápida evolução e entendimento do melhor caminho a se seguir.
Trazendo para o marketing, vamos supor que o mercado sofra uma alteração durante o ano e sua empresa já tenha uma estratégia bem definida. Como agir para contornar essa mudança repentina? Com uma metodologia tradicional, sua empresa teria duas opções: seguiria com esse plano até o fim, mesmo que ele não traga resultados, ou mudaria completamente o plano, porém dessa forma ficaria difícil mensurar sucesso do desempenho anual.
Assim, as empresas ágeis notaram que precisavam de uma forma menos sistemática e mais enxuta de gestão estratégica. Esse novo método deveria dar clareza nos objetivos da empresa, iterando de forma rápida para aprendizados contínuos e de forma simples e transparente para o gerenciamento da empresa e da equipe. Pensando nisso foram criados os OKRs.

OKRs: o que são e como implementá-los em sua empresa

Ao passo que surgem cada vez mais startups e modelos inovadores de negócios, diferentes métodos de gestão são criados para acompanhar o ritmo acelerado e dinâmico deste cenário.
Os Objectives and Key Results (OKR) foram criados pelo ex-CEO da Intel, Andrew S. Grove, mas se tornaram mais conhecidos quando, em 1999, um dos investidores do Google, John Doerr, apresentou a metodologia para os funcionários da empresa em volta de uma mesa de ping pong.
Sim, todos os funcionários do Google cabiam em torno de uma mesa de ping pong.
O método ganhou a fama por ter suportado o crescimento do Google – a empresa foi de cerca de 40 pessoas em 1999 para mais de 60 mil atualmente, mostrando que pode ser utilizado tanto por pequenas empresas como por grandes corporações – como lembra Felipe Castro, OKR Coach e sócio da Lean Performance.
De modo simplificado, Doerr estabeleceu a fórmula para definir metas sendo como:
“Eu vou” (Objetivo)
“medido por” (conjunto de resultados-chave)
Ou seja, nos OKRs nós temos dois principais componentes:
  • Objetivos (O): declaração concisa da direção desejada pela empresa. Um bom objetivo tem que ser vividamente descrito para que as pessoas possam imaginar o quão impactante será alcançá-lo;
  • Resultados-chave (KR): metas com impacto direto no atingimento do objetivo caso seja realizada com sucesso.
O objetivo é qualitativo e os KRs (na maioria das vezes entre 2 e 5 para cada objetivo) são quantitativos.
Enquanto os objetivos devem ser concisos, claros e aspiracionais para estarem sempre na cabeça dos colaboradores, os key results  são usados para indicar se o objetivo foi atingido até o final de período – normalmente trimestre para OKRs táticos e anual para OKRs estratégicos. Eles são usados como uma ferramenta de gestão e comunicação muito eficaz, pois auxiliam na criação de foco e alinhamento do esforço de toda a equipe em torno de um objetivo desafiador.
Exemplos de OKRs de Marketing:
A Resultados Digitais começou a utilizar essa metodologia no início de 2016 e desde então vem obtendo resultados muito satisfatórios.
Esses efeitos não vêm só do cumprimento das key results, mas também de melhorias de processos – relatórios semanais para o time e planejamento dos OKRs a cada quarter, escritas mais simples e objetivas nos Key Results, definição de poucos objetivos para a melhoria do foco e, principalmente, o aprendizado e a correção da direção com os erros cometidos.

Por que OKR é diferente?

Um dos aspectos mais interessantes dos OKRs é o fato do modelo não ser sistemático e com diversas regras inflexíveis, como as metodologias de gestão tradicionais.
Ao criar a metodologia, Andrew S. Grove não indicou práticas específicas e rigorosas do que deveria ser feito para que a metodologia fosse implementada com sucesso.
De fato, a maior parte das organizações adaptam certos detalhes da metodologia para a realidade da empresa e seguem boas práticas e casos de sucesso de uma comunidade colaborativa cada vez maior daquelas que já utilizam OKR.
Além disso, podemos listar seis principais diferenças entre OKR e as metodologias tradicionais:
  1. Suas metas são definidas para um período de tempo mais curto, sendo mais tangível onde você pode alcançar e também permitindo corrigir um erro rapidamente;
  2. clareza e a simplicidade dos objetivos e resultados-chave são a base para a metodologia gerar um alto engajamento do time;
  3. Os resultados-chave são reportados semanalmente, fazendo com que seja possível antecipar o final do trimestre e recuperar-se para alcançar a meta estabelecida. Caso não tenha sucesso, o aprendizado e a iteração serão em cima de um trimestre e não em relação a um ano inteiro, como nas metodologias tradicionais;
  4. Como forma de facilitar o alinhamento, OKR é uma ferramenta que prioriza a transparência. Todos os funcionários podem ver os OKRs da empresa. Além disso, os diretores falam claramente qual é a prioridade da empresa e como isso se desdobrará nos objetivos e resultados-chave;
  5. Os OKRs reforçam a cultura data-driven dentro de uma empresa – como é na Resultados Digitais – pois fazem com que as decisões sejam tomadas com base em dados. Diversas análises acabam ganhando prioridade e tornando-se OKR no trimestre seguinte. Para ter sucesso nas metas, é planejado e desenvolvido um projeto de acordo com uma metodologia de projetos própria;
  6. Ao usar OKR, você medirá resultado e não o esforço das tarefas, como é comumente encontrado em empresas que utilizam metodologias tradicionais de gestão. Para alcançar grandes resultados, serão necessários grandes esforços. No entanto, somente dedicação não fará com que atinja os seus objetivos.
Fazendo uma analogia com o mundo do futebol, em 2012, o Barcelona, com o famoso Tiki-Taka, era comandado por Josep Guardiola e considerado o melhor time do mundo pelo seu futebol envolvente, com domínio da posse de bola em todos os jogos. Na semifinal do campeonato europeu, a UEFA Champions League, o Barcelona enfrentou o Chelsea e, como já era esperado, apresentou ampla vantagem nas estatísticas nos dois jogos.
No entanto, de nada adiantou ter todas as estatísticas favoráveis (esforço) se o time não conseguiu transformá-las em gols (resultados). O Chelsea foi mais eficiente, gerou mais resultados e foi contemplado com a vaga para a final, eliminando o Barcelona – que era favorito, de acordo com comentaristas de futebol e com as casas de aposta.
Apesar dessas vantagens citadas, a metodologia, assim como qualquer outro processo dentro da empresa, não gera resultados sem o engajamento de todos que ali trabalham. Quanto maior for o esforço em planejamento, execução e acompanhamento dos funcionários, sejam eles gestores ou colaboradores individuais, mais rápida será a percepção de impacto e geração de resultados.

Execução e acompanhamento dos OKRs

Essa é considerada a parte mais importante de todo o processo, pois de nada adiantará você ter planejado e realizado várias análises se a execução não for bem feita. O acompanhamento das metas é a melhor fonte de informação para saber se a execução está conforme o planejado – e, caso não esteja, para tomar ações que revertam este cenário.
Na Resultados Digitais, como forma de alinhamento do time e para que a execução saia conforme o planejado, nós mensuramos os Key Results semanalmente e, ao longo de 2016, desenvolvemos alguns processos e ferramentas para nos auxiliarem com o planejamento e comunicação dos OKRs.

Cerimônias

Para a boa execução da metodologia, há várias cerimônias no decorrer do trimestre para planejamento, definição dos OKRs e apresentação dos resultados. Assim, o primeiro passo da execução da metodologia é o corpo executivo definir os OKRs estratégicos anuais da empresa.
Após isso, temos as cerimônias que ocorrem todo trimestre. Com os OKRs estratégicos definidos, as áreas discutem quais são as suas prioridades no trimestre para auxiliar no alcance dos objetivos da empresa.
Feito isso é definido um cronograma de entregas e cerimônias de OKRs:
  1. A primeira cerimônia é feita quando o diretor traz a visão da área para o trimestre, já alinhada com outras áreas da empresa para gerar sinergia ao trabalho;
  2. A segunda cerimônia é um seminário com os líderes dos times expondo a visão e alinhamento de cada time.
  3. Baseado nesses dois primeiros eventos, os times elaboram um esboço dos OKRs que são apresentados na próxima etapa. Essa etapa é uma apresentação do esboço para toda área, conhecida como “pinga-fogo”, onde os líderes apresentam o esboço dos OKRs e todos da área podem questionar e dar feedbacks para melhorá-las.
  4. A próxima etapa é realizar os ajustes de acordo com os feedbacks recebidos deixando tudo pronto para a nossa principal cerimônia: a Apresentação de OKRs e Projetos.
  5. Nessa última cerimônia são exibidos, para toda a empresa, os resultados do último quarter, os OKRs do próximo quarter e os projetos que farão a empresa atingir os resultados-chave. Essa etapa, além de ser o divisor de águas dos trimestre, é importantíssima para a comunicação clara e transparente do corpo executivo com todos os colaboradores sobre os resultados alcançados e as prioridades de cada área, gerando um maior alinhamento do time.
Última apresentação de OKRs e Projetos da RD.

Dashboard

Uma vez definidos os OKRs, é preciso que haja alguém responsável pela mensuração semanal de cada KR da área. A realização da mensuração semanal tem como principal objetivo reagir o quanto antes caso as coisas não ocorram conforme o planejado.
Por exemplo, se o KR é aumentar de 50% para 80% a taxa de qualificação e ele ficar em 50% durante várias semanas, é muito difícil que, no final do trimestre, seja atingido esse KR. Deste modo, observa-se de forma rápida que o KR não está convergindo para a projeção da meta e uma ação é tomada para alterar o panorama.
O Dashboard da RD é o local onde é inserido o desempenho semanal de cada resultado-chave sendo possível todos os funcionários terem uma visão geral completa do progresso da empresa. No Dashboard, as abas mostrarão os OKRs de cada área com as definições de como é calculado, frequência de mensuração e comentários extras.
Além disso, para cada Resultado-chave, é calculado o seu progresso em relação ao valor alvo e também ao QTD (quarter-to-date), que é basicamente o cálculo de como a KR está em relação ao valor alvo projetado para o dia corrente considerando que a progressão seja linear. Por exemplo, se o KR é vender 10 novas contas e no meio do trimestre o valor atual é 5, o progresso é 50% e o seu QTD é 100%.

Comunicação

O Dashboard está disponível para todos da empresa, podendo ser acessado pelo Google Drive. No entanto, assim como vários documentos no seu próprio computador, ele pode ficar perdido no mundo do Cloud Computing, sendo pouco acessado pelos funcionários e tendo pouca efetividade na comunicação, alinhamento e acompanhamento das metas da empresa.
Para garantir que os OKRs estejam no dia a dia de todos, desenvolvemos ferramentas de comunicação tanto online quanto offline como:
  • OKRs visíveis nas paredes;
  • Reports semanais;
  • Notificações no Slack;
  • Reports trimestrais.

OKRs espalhados pela empresa:
OKR time de marketing
Em cada andar, temos todos os OKRs da empresa colados na parede.

Reports semanais:


Por meio de um script automático, toda quinta-feira é enviado um email com OKRs da área.

Notificações no Slack:
Os colaboradores podem acessar o Dashboard digitando #okr no slack. Além disso, um script é programado para toda quinta-feira de manhã lembrar os responsáveis de preencher os resultados da semana.

Reports trimestrais:
Antes da cerimônia de apresentação dos OKRs do próximo trimestre e os resultados do trimestre que passou, é elaborado um relatório onde constam todos os objetivos e resultados-chave de todas as áreas da empresa, com os devidos comentários do diretor de cada área sobre a performance da sua equipe em relação a cada OKR. Este relatório tem o propósito de enfatizar a transparência estratégica da empresa com o seus colaboradores e prepará-los para a cerimônia de início de trimestre.

Conclusão

O OKR chegou para auxiliar a gestão de forma simples e ágil, sendo uma grande ferramenta de comunicação e alinhamento da empresa. É importante salientar que só falar que a empresa usa a metodologia por ela estar “em alta” não fará com que os resultados sejam gerados.
No primeiro trimestre de OKR implementado na Resultados Digitais tínhamos 84 KRs. Hoje temos poucos mais da metade, pois percebemos o quanto poucos (mas bons) objetivos acabam entregando uma mensagem mais clara para o time.
No decorrer dos outros trimestres, estabelecemos as cerimônias, os processos, desenvolvemos scripts de relatório e buscamos essa melhoria contínua a cada trimestre para alcançarmos resultados cada vez maiores.
Hoje, toda a estratégia de Marketing Digital da RD é mensurada por meio dos OKRs. Assim, sabemos claramente quais são os nossos objetivos, quais são os resultados que precisamos alcançar e qual o andamento de cada um deles. Caso aconteça de estarmos atrasados em algum objetivo, conseguimos agir rapidamente para contornar a situação e criar novas alternativas para garantir o atingimento da meta.
Como todo método ágil, você tem que estar pronto para falhar (muito). Porém, com muito esforço e melhorias contínuas, os resultados e as rotas são corrigidas cada vez mais rapidamente e os resultados começam a emergir.
E você? Como mede os resultados da sua empresa? Já teve alguma experiência com OKR ou está pensando em implementá-lo?
Se você tiver dúvidas sobre OKR, especialmente como funcionaria na sua empresa, mande email que conversamos: thiago.rocha@resultadosdigitais.com.br. Também tenho este texto em inglês em meu blog pessoal.
Pra fechar, recomendo que confira também nosso Kit de Estratégias de Marketing Digital para empresas de alto crescimento. Neste kit reunimos  eBooks, ferramentas e webinars que vão ajudar você a encontrar estratégias para planejar as ações de marketing e vendas da sua empresa, gerir os Leads e expandir seus resultados de forma previsível e escalável por meio do Marketing Digital.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

BABOK 3 – Um breve resumo

BABOK 3 – Um breve resumo

por  | mar 5, 2018 |

Vamos começar?

O que é um BoK? O que é um Corpo de Conhecimento? É uma compilação das práticas executadas nos dias atuais pelos profissionais de uma determinada área. O BABOK, por exemplo, contém as atividades, técnicas e ferramentas que profissionais de análise de negócios utilizam no seu dia a dia.
Gosto de comparar o BABOK a uma grande caixa de Lego. Já brincou de Lego? Acredito que sim. Lego são aquelas pecinhas coloridas que você usa para construir o que você desejar. Inicialmente as peças de Lego vinham em uma caixa sem nenhum manual de instruções. Bastava encaixar uma peça na outra e deixar a imaginação fluir. Não havia um manual de instruções de tão simples que era brincar com Lego.
O princípio aqui é o mesmo. Você aprende as diferentes “peças” do BABOK, que são as tarefas, técnicas, ferramentas, para fazer análise de negócios. O BABOK também não tem uma receita. O BABOK não vai te dizer como fazer análise de negócios. Mas te diz o que você precisa fazer. Esse é o ponto!
Ao utilizar as práticas contidas no BABOK v3 você e sua empresa usufruem de 3 grandes benefícios:
1. Ser mais assertivo na identificação de problemas.
2. Ser eficiente e eficaz no trabalho de análise de negócios
3. Utilizar técnicas modernas e efetivas.
Para melhor compreender o conteúdo deste artigo e, posteriormente do BABOK v3, confira abaixo as 3 premissas fundamentais:
1. Análise de negócios não é sobre TI. É sobre identificar problemas e recomendar soluções nos mais diferentes níveis da organização.
2. Análise de negócios não pode e nem deve ser feita APENAS por analistas. O gestor pode e também deve fazer análise de negócios!
3. Análise de negócios é uma disciplina. É um mindset. Não é apenas um papel na organização.
O BABOK v3 está dividido em 6 áreas de conhecimento, 1 capítulo de competências fundamentais, 1 capítulo de técnicas e 1 capítulo de perspectivas. Nas próximas páginas você tem um resumo prático das 6 áreas de conhecimento, competências fundamentais e perspectivas listadas no BABOK v3.

BACCM – Modelo Conceitual Central de Análise de Negócios

O BABOK v3 identifica o modelo conceitual central de análise de negócios que define os 6 elementos principais da análise de negócios. Isso significa dizer que toda iniciativa de análise de negócios deve sempre levar em consideração esses elementos. Vamos ver cada um deles?
1. Necessidade
Necessidade é um problema ou oportunidade que a empresa quer resolver ou aproveitar. Uma necessidade de negócios precisa ser claramente compreendida para que o trabalho de análise de negócios seja eficaz.
2. Pessoas
Pessoas são indivíduos ou grupos de partes interessadas que tem necessidades que precisam ser satisfeitas.
3. Contexto
Contexto é o conjunto de elementos relevantes e que devem ser considerados em uma iniciativa de análise de negócios. A cultura corporativa, processos e regras de negócios são exemplos elementos que compõe o contexto.
4. Solução
Solução é tudo aquilo que satisfaz uma necessidade. Para o BABOK solução vai desde uma mudança em um processo de negócio até a criação de um sistema de informação.
5. Valor
Valor é a utilidade ou importância de algo para alguém. Pode ser entendido como o conjunto de benefícios entregues.
6. Mudança
Mudança é uma transformação controlada que ocorre geralmente nas operações do negócio em função de uma necessidade.

1. Planejamento da Análise de Negócios

Essa é a área de conhecimento onde o profissional de análise de negócios aprende a planejar seu trabalho. Fazer análise de negócios não é sair pela empresa perguntando sobre o que precisa ser feito e apenas preencher o formulário de demanda.
O BABOK v3 cita vários artefatos que contribuem para o sucesso do trabalho de análise de negócios, como por exemplo, a abordagem da análise de negócios, a abordagem de engajamento das partes interessadas e a abordagem de gerenciamento da informação da análise de negócios.
Nessa área de conhecimento o BABOK v3 destaca 5 atividades que o profissional pode executar:
1. Planejar a análise de negócios
2. Planejar o engajamento das partes interessadas
3. Planejar a governança da análise de negócios
4. Planejar o gerenciamento da informação de análise de negócios
5. Identificar melhorias no desempenho da análise de negócios
Repare que aqui, quando se fala em planejar, não está se falando em criar aqueles planos super-ultra-mega complexos e imensos. Está se falando aqui que é necessário pensar, articular e analisar antes de fazer análise de negócios propriamente dita.
Um dos maiores desafios da análise de negócios é articular as diferentes partes interessadas nos interesses do negócio. Vamos falar a verdade? Nem sempre é fácil conseguir a colaboração das pessoas. Diversos interesses, e alguns deles às vezes conflitantes, podem colocar em risco o projeto em curso. Não é a toa a preocupação aqui nessa área de conhecimento de estabelecer com as partes interessadas uma parceria estreita.

2. Análise da Estratégia

Nessa área de conhecimento o profissional aprende a identificar corretamente a mudança, seus impactos e o porquê da mudança. É muito comum o profissional receber uma solicitação de mudança e encaminhá-la para o time de implementação sem ao menos procurar entendê-la. Isso foge completamente a missão e o papel do profissional de análise de negócios.
Nessa área de conhecimento o BABOK v3 destaca 4 atividades que o profissional pode executar:
1. Analisar o cenário atual
2. Identificar o estado futuro
3. Avaliar riscos
4. Definir a estratégia de mudança
No meu treinamento de análise de negócios eu explico bem detalhado essa área de conhecimento que para mim é uma das mais importantes no BABOK. É justamente nessa área de conhecimento que a necessidade do negócio é explorada e melhor compreendida.
Se o cenário de negócios atual não foi bem compreendido e não são se entende onde se quer chegar, como é possível recomendar a melhor solução? Fica difícil, não? Por isso a importância de entender corretamente o cenário atual e o resultado esperado futuro, para somente depois trabalhar no que realmente precisa ser feito.

3. Elicitação e Colaboração

Já nessa área de conhecimento o profissional aprende a extrair as informações das pessoas e do negócio necessárias para entender assertivamente a mudança e o que precisa realmente ser feito. É comum ver no mercado o profissional limitar a prática de elicitação a entrevistas com o cliente. Mas será mesmo que a elicitação é apenas entrevistar o cliente e perguntar a ele o que ele precisa?
Pra início de conversa a pior pergunta que você pode fazer ao seu cliente é justamente essa: Do que você precisa? O cliente até pode saber o problema que ele passa. Gosto de dizer inclusive que o cliente é um grande especialista na dor que ele experimenta em função do problema.
Mas será que ele sabe o que precisa ser feito para resolver o problema? É justamente aqui que entra o trabalho da análise de negócios.
Nessa área de conhecimento o BABOK v3 destaca 5 atividades que o profissional pode executar:
1. Preparar para elicitação
2. Conduzir a elicitação
3. Confirmar resultados da elicitação
4. Comunicar informação da análise de negócios
5. Gerenciar colaboração das partes interessadas
O profissional que faz análise de negócios precisa ir muito além das entrevistas e questionários. O BABOK aponta várias dessas técnicas e conceitos que incrementam a elicitação e contribuem para um ganho significativo na qualidade desse trabalho.
Uma dicas que eu dou no meu curso de formação é que o trabalho da elicitação tem que ser pareado. Isso significa que o trabalho de entender as necessidades das partes interessadas deve envolver, em alguns momentos, o trabalho de dois profissionais? A justificativa para isso se chama diversidade cognitiva.

4. Gerenciamento do Ciclo de Vida dos Requisitos

Aqui o profissional aprende o ciclo de vida dos requisitos e como administrá-los de forma eficiente. Já aconteceu com você de ter que verificar o esforço de uma mudança e ter que ir na solução para verificar o tempo e custo envolvidos? Pois é. O BABOK aqui fala de rastreabilidade, priorização e tantos outros assuntos que tornam a vida do profissional muito mais fácil.
Nessa área de conhecimento o BABOK v3 destaca 5 atividades que o profissional pode executar:
1. Rastrear requisitos
2. Manter requisitos
3. Priorizar requisitos
4. Avaliar mudanças em requisitos
5. Aprovar requisitos
Olha quantos assuntos interessantes aqui! Será que você ainda faz análise de negócios como antigamente? Você ainda não tem um repositório de informações sobre o negócio? Não?!?!?!?! Isso tem que mudar!

5. Análise de Requisitos e Definição do Desenho

Nessa área de conhecimento o profissional aprende a detalhar e melhor compreender os requisitos. Já parou pra pensar quão desafiador é entender os requisitos? O que pode ajudar o profissional nesse trabalho? Entender as regras de negócio? Entender o processo? Tem muita coisa aqui que o profissional precisa aprender.
Durante a análise dos requisitos uma das atividades é garantir que os requisitos atendam a um padrão mínimo de qualidade. E que realmente entreguem valor para o cliente. Empresa alguma hoje tem recursos para queimar com trabalho mal feito com requisitos. Isso pode até resultar no insucesso do projeto!
Nessa área de conhecimento o BABOK v3 destaca 6 atividades que o profissional pode executar:
1. Especificar e modelar requisitos
2. Verificar requisitos
3. Validar requisitos
4. Definir arquitetura de requisitos
5. Definir opções de desenho
6. Analisar valor potenciar e recomendar solução
Olha só o item 6. Quão importante você considera saber realmente identificar o valor potencial de uma solução? E saber apontar os impactos de quando a solução for colocada em produção? Não basta apenas passar o bastão para o time de implementação.

6. Avaliação da Solução

Essa é a sexta e última área de conhecimento no BABOK v3. Ela fala justamente sobre o trabalho de verificar se a solução está pronta para ser colocada em produção. E também se a organização está pronta para recebê-la. Outra atividade aqui importante é identificar oportunidades de melhoria na solução para que as pessoas possam usufruir ao máximo de todo seu potencial.
Nessa área de conhecimento o BABOK v3 destaca 5 atividades que o profissional pode executar:
1. Mensurar o desempenho da solução
2. Analisar medidas de desempenho
3. Avaliar limitações da solução
4. Avaliar limitações da organização
5. Recomendar ações para aumentar o valor da solução
Avaliação aqui é palavra-chave. Saber identificar os impactos de uma solução que não está funcionando conforme o planejado é de suma importância para propor melhorias e garantir o retorno sobre o investimento feito.
Nessa área de conhecimento o profissional desenvolve o mindset pró-ativo de fazer análise de negócios. É mais que apenas reagir às demandas do cliente. É estar a frente, antever os problemas e criar um plano de ação eficaz. Que empresa não gostaria de ter um profissional com essa habilidade?

Competências Fundamentais

No BABOK, além estudar sobre as atividades executadas pelo profissional de análise de negócios, você também vai encontrar os conhecimentos, habilidades e atitudes exigidas para que esse profissional tenha êxito ao executar suas atividades no dia a dia.
Veja só algumas dessas competências que o BABOK diz ser importante:
1. Pensamento analítico
2. Pensamento sistêmico
3. Design Thinking
4. Saber solucionar problemas
5. Ser ético
6. Ser adaptável
7. Ser confiável
8. Ser organizado
9. Ter conhecimento do negócio, de soluções e do mercado
10. Saber se comunicar
11. Escutar ativamente as pessoas
12. Saber trabalhar em time
E muito mais! Uau!!! É muita coisa. E tem muito mais!!!
Hoje quando se fala em comunicação a verdade é que muitas pessoas “chovem no molhado”. Pois é. Mas o que realmente funciona para melhorar nossa comunicação? Eu gosto sempre de trazer elementos da Programação Neuro-Linguística para o dia a dia da análise de negócios, tornando a nossa comunicação realmente eficaz. Alguns desses elementos que eu trabalho no meu curso são:
● Espelhamento
● Rapport
● Níveis neurológicos
● Modelo S.C.O.R.E.
● Meta-programas
● Crenças limitantes
Tudo isso aplicado a análise de negócios. Os resultados no dia a dia são incríveis.

Perspectivas

O BABOK cita 5 perspectivas de análise de negócios. Uma perspectiva pode ser entendida como as lentes que o profissional de análise de negócios utiliza para melhor identificar as atividades, ferramentas e técnicas que devem ser utilizadas. A análise de negócios não está limitada a estas 5 perspectivas. Existem várias outras!!!
As 5 perspectivas que o BABOK enumera são:
1. BI – Business Intelligence
2. TI – Tecnologia da Informação
3. BPM – Gerenciamento de Processos de Negócios
4. Arquitetura de Negócios
5. Ágil
Para cada uma dessas perspectivas um conjunto de tarefas, técnicas e ferramentas são recomendadas.
Diferente do que muitos podem pensar, análise de negócios é feita em contextos ágeis. A disciplina continua válida, até porque, quem não precisa identificar se está entregando valor ou apenas funcionalidades?

Como colocar tudo isso em prática?

Bem, depois de conferir os principais assuntos contidos no BABOK v3 você deve estar se perguntando: Como eu me torno um analista de negócios? Como eu coloco tudo isso em prática? Eu tenho meu curso de formação O Analista de Negócios que ministro nas modalidades online e presencial. Para mais informações é só utilizar o link http://oanalistadenegocios.com/.
Nesse curso você deixa de ser um garçom de luxo e se torna “o” analista de negócios.