domingo, 30 de agosto de 2015

18 coisas que as pessoas criativas não fazem igual as outras



A criatividade funciona de uma forma misteriosa e frequentemente paradoxa. O pensamento criativo é uma característica estável, que define algumas personalidades, mas que também pode mudar dependendo da situação e do contexto. Às vezes, a inspiração e as ideias vem traquilamente, e logo, quando mais necessitamos, não aparecem; o pensamento criativo requer um conhecimento complexo, enquanto é completamente independente do processo de pensamento.
A neurociência oferece uma imagem muito complexa da criatividade. Segundo os cientistas, a criatividade não é tão simples quanto a divisão entre as regiões direita e esquerda do cérebro (a teoria diz que o hemisfério cerebral esquerdo é racional e analítico, enquanto o direito é criativo e emocional). De fato, pensa-se que a criatividade implica a numerosos processos cognitivos, vias neurais e emoções; ainda não dispomos de uma panorâmica completa que explique como funciona uma mente imaginativa.
Psicologicamente falando, os tipos de personalidades criativas são difíceis de se determinar, sobre tudo porque são complexos, paradóxos e tendem a evitar os hábitos ou a rotina. Não se trata de generalizar o estereótipo de “artista torturado”, apesar de ser verdade que os artistas frequentemente tem uma personalidade complexa. As investigações sugerem que a criatividade implica a união de uma multiplicidade de características, comportamentos e influências sociais em uma mesma pessoa.
“De certo que é mais difícil para a pessoa criativa conhecer a si mesmo, uma vez que o “eu” criativo é mais complexo que o “eu” não criativo”, indorma Scott Barry Kaufman, psicólogo da Universidade de Nova York que passou vários anos investigando sobre a criatividade. “As coisas que mais sobressaem são as paradoxas do “eu” criativo… As pessoas com muita imaginação tem a mente mais caótica”.
Ainda que não exista a definição da “típica” pessoa criativa, existem algumas características e atitudes que caracterizam as pessoas altamente criativas.
Estas são as 18 coisas que as diferenciam das demais
Sonham acordadosAo contrário do que os professores lhe disseram, as pessoas criativas sabem que sonhar acordado não é, totalmente, uma perda de tempo.
Segundo Scott Barry Kaufman e a psicóloga Rebecca L. Mcmillan, ambos autores do artigo Ode To Positive Constructive Daydreaming [Ode ao Positivo e Construtivo Sonhar Acordado], deixar que a mente vadie livremente pode contribuir para o processo de “incubação criativa”. Obviamente, muitos de nós sabemos por experiência que as melhores ideias nos ocorrem de repente, quando temos a mente nas nuvens.
Mesmo que possa nos parecer que sonhar acordado seja uma atividade sem sentido, um estudo de 2012 sugere que, na realidade, este processo está ligado a um estado cerebral muito dinâmico e exigente, pois implica conexões e percepções em relação à nossa capacidade de captar a informação diante das distrações. Também foi descoberto que sonhar acordado ativa os mesmo processos cerebrais que se associam a imaginação e criatividade.
Observam tudoAs pessoas criativas devoram o mundo; vem possibilidades em qualquer lugar e estão constantemente reorganizando informações que possam servir para a expressão criativa. Como dizia Henry James, “nada se perde” na mente de um escritor.
A escritora Joan Didion sempre levava consigo um caderno onde anotava qualquer observação sobre as pessoas e acontecimentos com a finalidade de entender melhor as complexidades e contradições da sua própria mente:
“Por mais cuidadosamente que anotemos o que vemos ao nosso redor, o denominador comum de tudo que vemos é sempre, de forma transparente e desavergonhada, o implacável “eu”, escreveu Didion em seu ensaio “Sobre ter um caderno de notas”. Estamos falando de algo privado, de fragmentos da cadeia mental que são demasiado curtos para usá-los, de uma montagem indiscriminada e irregular que só contém significado para que o leva a cabo”.
Criam seus próprios horários de trabalho a seu gosto
Muitos grandes artistas afirman que quando melhor fazem seu trabalho é pela manhã bem cedo ou altas horas da noite. Vladimir Nabokov, começava a escrever imediatamente depois de se levantar, às 6 ou 7 da manhã; Frank Lloyd Wright dizia que havia se acostumado a levantar-se às 3 ou 4 da manhã, punha-se a trabalhar durante umas horas, e logo voltava a deitar. Independentemente de qual seja seu horário, os indivíduos altamente criativos geralmente sabem em que momento do dia sua mente está mais ativa, e em função disto, organizam seus dias.
Se reservam alguns momentos de solidão“Para estar mais abertos à criatividade, temos que ser capazes de usarmos nossa solidão de forma construtiva. Devemos superar o medo de estarmos sós”, escreveu o psicólogo existencialista estadunidense Rollo May.
Com frequência, descreve-se os artistas como pessoas solitárias. Ainda que não sempre se cumpra, a solidão pode ser uma das chaves para execução de obras primas. Para Kaufman, podemos voltar a relacionar essa ideia com o fato de sonhar acordaos; temos que nos conceder momentos de solidão e, simplesmente, deixar nossas mentes voarem.
“Deve contatar com seu “eu” interior para pode expressar seus pensamentos mais internos”, explica. É difícil encontrar essa voz criativa se não manter nenhum contato com seu “eu” interior nem reflexões sobre si mesmo.
Sabem aproveitar os problemas que a vida os apresenta
Muitas das histórias fictícias e das canções de todas as épocas foram inspiradas por um drama ou por um desamor; o bom desses desafios é que no final serviram como catalizadores para criar a arte. Os pesquisadores que estudam o crescimento pós traumático, um campo da psicologia em ascensão, sustenta que muita gente é capaz de usar as dificuldades e os traumas que sofreram enquanto pequenos para aumentar substancialmente sua criatividade. Especificamente, foi descoberto que os traumas podem contribuir para que desenvolvamos as áreas encarregadas das relações interpessoais, da espiritualidade, o apreço pela vida, a força pessoal, o que é mais importante para a criatividade, a capacidade de exprimir ao máximo as possibilidades que a vida oferece.
Buscam novas experiênciasÀs pessoas criativas os encanta lançar-se a provas novas experiências, sensações e estados mentais. Esta abertura e amplitude de visão geralmente ativa de maneira significativa a criatividade.
“Estar aberto a novas experiências te leva, na maioria das vezes, a obter realizações criativas”, assegura Kaufman. “Esta ideia apresenta muitas facetas diferentes, porém todas relacionadas entre si, a curiosidade intelectual, a busca por sensações, o não ter medo de mostrar suas emoções nem sua fantasia. O que une todas estas características são o caminho até a exploração cognitiva e comportamental do mundo, tanto interno como externo.
Caem e voltam a levantarA resiliência é praticamente um pré requisito para o êxito criativo, afirma Kaufman. O trabalho criativo frequentemente se descreve como um processo de repetidas falhas até acabar encontrando algo que se encaixa e que funciona. As pessoas criativas, ao menos as que tem êxito, aprendem a não se apegarem demais aos erros.
“A pessoa criativa fracassa, e o que são bons de verdade fracassam mais de uma vez”, escreveu Steven Kotler, colaborador da Forbes, em uma peça sobre o gênio criativo de Einstein.
Levantam sérias questõesA pessoa criativa é insaciavelmente curiosa; normalmente, optam por questionar qualquer aspecto da vida, inclusive quando envelhecem mantém seu sentido de curiosidade. Seja por uma conversa intensa ou uma reflexão a só, as pessoas criativas observam o mundo ao seu redor e querem saber por que, e como, funcionam as coisas.
Observam as pessoasSão observadores por natureza e tem curiosidade pela vida dos demais; os criativos gostam de observar as pessoas, e frequentemente extraem algumas de suas melhores ideias daí.
“[Marcel] Proust passou a maior parte da sua vida observando as pessoas, anotou suas observações, e as refletiu nos seus livros”, explica Kaufman. “Para muitos escritores, observar a vida das pessoas é muito importante… São bons observadores da natureza humana”.
Se arriscamUma parte do trabalho criativo implica correr riscos, muitas pessoas criativas aproveitam o risco em diversos aspectos da sua vida.
“Existe uma conexão profunda e significativa entre o risco e a criatividade, ainda que frequentemente passe longe”, escreveu Steven Kotler na Forbes. “A criatividade é o ato de fabricar algo do nada. Requer publicar as apostas melhores posicionadas em sua imaginação. Não é um trabalho para os tímidos. Perder tempo, manchar sua reputação e não gastar muito bem o dinheiro são algumas das consequências negativas que pode ter a criatividade”.
Consideram que tudo na vida é uma oportunidade para a expressão própria
Nietzsche acreditava que a vida e o mundo deveriam se considerados obras de arte. As pessoas criativas tendem a ver o mundo desta maneira, e a buscar constantemente qualquer oportunidade de autoexpressão no dia-a-dia.
“A expressão criativa é a expressão de sim mesmo”, afirma Kaufman. “A criatividade não é outra coisa que não a expressão individual de suas necessidades, de seus desejos e de sua natureza única”.
A pessoa criativa costuma ter uma motivação intrínseca; isto é, uma pessoa criativa está motivada a atuar desde seus mais internos desejos, no lugar de buscar reconhecimento ou recompensas externas. Muitos psicólogos tem demonstrado que a pessoa criativa obtém sua energia das atividades que apresentam desafios, o que é uma mostra da motivação interna. As pesquisas sugerem que apenas pensar nos motivos intrínsecos que te levam a fazer algo se pode ativar a criatividade.
“Os melhores criadores decidem se envolver com paixão em questões complexas e arriscadas que os proporcionam um importante sentido de poder pela capacidade de utilizar seu talento”, escrevem M.A. Collins e T.M. Amabile no The Handbook of Creativity.
Saem de suas próprias mentesKaufman assinala que outro objetivo de sonhar acordado é ajudar a sairmos na nossa perspectiva limitada e explorar outras formas de pensamento, que podem ser uma base importante para o trabalho criativo./
“Sonhar acordado nos permite deixarmos o presente”, explica Kaufman. Ä mesma rede cerebral associada com a imaginação está vinculada a teoria da mente; esta nos permite imaginar o que alguém está pensando ou fantasiar sobre como será nosso “eu” no futuro”.
Outras pesquisas também mostram que induzir a “distância psicológica” (quer dizer, pensar desde a perspectiva de outra pessoa ou refletir sobre uma questão como se fosse irreal ou desconhecida) pode ativar o pensamento criativo.
Perdem a noção do tempoAs pessoas criativas podem pensar enquanto estão escrevendo, dançando, pintando ou se expressando, entra “na zona”, o que se conhece como estado de fluxo, que pode os ajudar a criar a seu máximo nível de expressão. Este fluxo é um estado mental que um indivíduo vai além de seu pensamento consciente para alcançar um estado superior de concentração e calma sem esforço. Quando alguém alcança este estado é praticamente imune à qualquer pressão ou distração, seja interna ou externa, que possa atrapalhar sua criatividade.
Entra nessa zona quando realiza uma atividade que te agrada e que se dá bem, porém que as vezes te desafia; é o que define um bom projeto criativo.
“[As pessoas criativas] descobriram sua paixão, mas também desenvolveram sua capacidade para entrar no estado de fluxo”, assegura Kaufman. Ëste estado mentam requer uma conexão entre suas habilidades e a tarefa que empreendeu”.
Se cercam de belezaAs pessoas criativas costumam ter excelente gosto, e por isso, se aprazem com a beleza e se cercam dela.
Um estudo public ado recentemente na revisit Psychology of Aesthetics, Creativity, and the Arts, revelou que os músicos (inclusive os membros de uma orquestra, os professores de música e os solistas) mostram alta sensibilidade e inclinação à beleza artística.
Sabem ligar os pontosSe há algo que distingue as pessoas altamente criativas das demais é a capacidade de ver oportunidades onde os outros não as veem. Muitos artistas e escritores importantes afirmaram que a criatividade se baseia na capacidade de ligar os ponto, algo que os demais provavelmente nunca haviam se proposto.
Nas palavras de Steve Jobs: “A criatividade simplesmente consiste em conectar as coisas. Quando se pergunta às pessoas criativas como fizeram algo, se sentem um pouco culpadas porque na realidade não criaram nada, uma vez que simplesmente notaram algo. Depois de um tempo, lhes ocorre o óbvio, pois foram capazes de conectar as experiências que haviam tido e de sintetizar as coisas novas”.
Gostam de mudanças radicaisA diversidade de experiências é crucial para a criatividade, afirma Kaufman. As pessoas criativas se encantam em alterar as coisas, ter novas experiências e evitar que sua vida se torne algo monótono e corriqueiro.
Encontram tempo para a meditaçãoAs pessoas criativas entendem o valor da concentração mental, pois seu trabalho depende dela. Muitos artistas, empreendedores, escritores e outros trabalhadores criativos, como David Lynch, consideram a meditação como uma ferramenta para conectar com seu estado mental mais criativo.
A ciência respalda a ideia de que a meditação realmente pode ativar o poder da mente de muitas formas. Um estudo realizado em 2012 por uma equipe holandesa demonstra que algumas técnicas de meditação promovem o pensamento criativo. As práticas de meditação podem ser ligadas a uma melhora da memória e da concentração, a um maior bem estar emocional, a uma diminuição do estresse e da ansiedade, e a uma maior claridade mental; tudo isto pode fomentar a capacidade de pensamento criativo.
Tradução: Danilo Ruiz Tudella
Fonte: castingdf / huffingtonpost

Ousando naquilo que os outros são medrosos


Se a natureza da transformação do negócio está relacionada a um conjunto de melhorias localizadas ou ao atendimento de um determinado objetivo, o escopo geralmente é reduzido e centrado em resultados pontuais – esse tipo de transformação de baixo impacto serve ao propósito de calibrar estratégias e estruturas para alcançar resultados de curto prazo. Mudanças de paradigma, por outro lado, promovem intervenções mais invasivas e rompem fundamentalmente com o estado atual – nesse tipo de transformação há uma reorientação estratégica e o desenvolvimento de novas capacidades e competências que exigem compromisso de longo prazo. Enquanto melhoria é incremental e constante, mudança de paradigma é provocada. Em muitas ocasiões será preciso olhar na direção oposta à que todos os outros estão olhando para ver o que ninguém pode ver, revelando oportunidades ocultas, recursos não detectados e possibilidades negligenciadas.
Warren Buffet diz que é preciso ser ambicioso naquilo que outros são medrosos e ser medroso naquilo que outros são ambiciosos. Quanto mais se olha, mais se vê, mas a questão é para onde olhar. A estrutura mental deve estar baseada no desapego às limitações e ao modo de vida atual buscando ver o invisível e realizar o impossível. Nem sempre o negócio poderá ser tratado como um todo ou uma nova capacidade ser plenamente implementada. Porém, quando a iniciativa de Business Transformation proporciona oportunidade de criar um novo modelo de negócio, pode-se prosseguir sem muitas preocupações limitantes, embora não esteja totalmente livre de restrições.
O cálculo foi inventado duas vezes, a teoria da seleção natural foi descoberta duas vezes e o telefone foi patenteado duas vezes. Há uma repetição de padrão em ideias simultâneas ao longo da história que evidenciam que algo diferente ocorre do que habitualmente é chamado de invenção. Invenção é uma ilusão derivada da visão de mundo centrada no ser humano – não existem invenções, existem descobertas. Quando um ambiente se altera para tornar possíveis novas descobertas, aumenta a probabilidade de que alguém com conhecimento e inteligência suficientes possa encontrá-las e isso explica por que a mesma invenção frequentemente ocorre em mais de um lugar ao mesmo tempo. Para impulsionar novas ideias e abordagens é necessário menos esforços heroicos e maior ênfase na criação de um ecossistema que maximize a “possibilidade adjacente”, isto é, coisas que podem ocorrer em um ambiente em função do patamar de conhecimento alcançado por pessoas inteligentes, com o equilíbrio correto de infraestrutura, execução e liberdade. Até mesmo a cor das paredes influencia as pessoas: a cor vermelha estimula atenção e precisão e a cor azul estimula criatividade. Pé-direito alto estimula a conexão entre assuntos aparentemente não relacionados. Como os seres humanos são sensoriais, os aspectos físicos da infraestrutura e o design do ambiente reforçam o propósito e impulsionam a criatividade e produtividade das equipes.
Em qualquer repensar fundamental de um negócio, muitos podem reagir com medo buscando proteger o status quo. Lidar com isso não é simples, mas é papel da liderança considerar a estrutura organizacional, os sistemas de avaliação e compensação, e outros fatores que podem influenciar a forma como gestores e equipes veem as mudanças. O fator humano é chave e necessita da participação de gestores e equipes que serão afetados – pessoas podem fazer uma solução moderada prosperar ou uma solução boa falhar. A iniciativa de Business Transformation deve estabelecer uma base de ganhos para os que serão impactados, em vez de focar perdas, ser motivadora e estimular pessoas a agir proativa e rapidamente. Quando os impactados pela transformação podem opinar e participar gera um senso de democracia e propriedade que impulsiona a mudança.
© José Davi Furlan, 30/07/2015