segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

TRANSFORMAR COM A CABEÇA DE DONO

TRANSFORMAR COM CABEÇA DE DONO: O DESAFIO DAS ÁREAS DE GESTÃO

• 3 de julho de 2015 
Em qualquer organização, independentemente de seu tamanho, setor de atuação ou história, sempre haverá a oportunidade de melhorar processos e práticas de gestão. Entretanto, somente em algumas situações essa melhoria de práticas de gestão efetivamente gera valor para a empresa. Esse é o desafio perpétuo das áreas de gestão: provar que seu foco não é simplesmente a aplicação de metodologias de excelência de gestão, mas sim que elas possuem cabeça de dono e atuam buscando geração efetiva de valor para o negócio.
Mas como isso é possível? Como uma área de gestão efetivamente age com cabeça de dono? São duas as condições necessárias para que isso aconteça: um entendimento das alavancas de valor do negócio (e como iniciativas de gestão podem contribuir para uma ou mais dessas alavancas), e a constância de propósito na perseguição dessa geração de valor. Vamos analisar cada uma dessas condições em separado.
De maneira geral, existem grandes alavancas de valor dentro de uma empresa: crescimento, lucratividade, diversificação e institucional. Atuar nessas alavancas estão associadas a pensar como donos pois leva a realização de projetos de transformação conectados com necessidades de longevidade da empresa como negócio.
ARTIGO
Figura 1. Alavancas de criação de valor que podem ser utilizadas para conceber e implantar transformações organizacionais
A alavanca de crescimento está associada a realizar iniciativas de transformação que estejam conectadas a “aumentar o tamanho do bolo”. Dependendo do setor em que sua empresa esteja inserida, isso tomará formas diferentes: pode significar estruturar processos para apoiar a escalabilidade de uma operação (crescimento orgânico), apoiar a integração de empresas via M&A (crescimento inorgânico), investimento em projetos de capital para monetizar novos ativos, dentre outros. Conceber e executar iniciativas de transformação que acionem essa alavanca significa contribuir para o sucesso desse tipo de iniciativa.
A alavanca de lucratividade está associada a “fazer mais com menos” e a espremer mais suco da fruta. Essa alavanca está associada por exemplo a saltos de produtividade nas operações correntes, a otimização de estrutura de custos e despesas, bem como com a racionalização da utilização de recursos de forma geral. Conceber e executar iniciativas de transformação que aumentem a lucratividade significa contribuir para a liberação de fluxo de caixa para financiar novas ondas de crescimento e estruturação da empresa.
A alavanca de diversificação está associada a geração de novas fontes de receita para a empresa. Estas novas fontes de receita normalmente estão ligadas a entrada em novos mercados e ao desenvolvimento de novos produtos e serviços, ou até mesmo a inovações de modelo de negócio. Conceber iniciativas de transformação que habilitem diversificações correlacionadas com as atuais fortalezas da empresa implica em auxiliar a empresa a migrar para mercados de margens e potenciais de crescimento diferenciados.
Finalmente, a alavanca institucional está associada a fazer transformações que melhorem para aspectos cruciais da empresa como instituição. Exemplos de aspectos cruciais para empresa tem a ver com estabelecer uma cultura meritocrática, melhorar a proposição de valor da empresa para seus empregados ou auxiliar a empresa a navegar em seus ambientes de negócio, com uma maior capacidade de identificação e reação a novas tendências tecnológicas.
O entendimento dessas 4 alavancas e a capacidade de conceber e implementar transformações associadas a elas é uma condição essencial para atuar com mentalidade de dono em uma área de gestão. A outra é a capacidade de ter constância de propósito. O mundo de gestão é constantemente inundado de buzzwords, quase sempre patrocinadas por consultorias que visam capitalizar em cima delas. A tentação de aderir a “nova onda” de gestão é constante para as áreas de gestão. Entretanto, é necessário resistir à tentação de experimentar algo novo e manter uma constância de propósito em conceber e implementar iniciativas de transformação que contribuam para alavancas de valor da organização. Áreas de gestão com essas características conseguem dialogar com as preocupações dos altos executivos do negócio e se tornam essenciais para a longevidade das suas organizações.

Daniel Karrer

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